quinta-feira, 6 de maio de 2010

Caracetrísticas do dependente

Oi Pessoal,

Mais uma vez, muito obrigada por todas as manifestações de carinho e depoimentos que são postados nos comentários. É muito bom saber que o blog está atingindo o seu objetivo, que é ajudar quem está precisando.
Muito boa a pergunta sobre como desconfiamos que a Francine estava envolvida com drogas. Vou contar como descobrimos.
No verão de 2009 a Francine passou todo o mês de janeiro praticamente sozinha em Florianópolis. Meus pais estavam na praia e ela ficou trabalhando. Quando chegava nos fins de semana, ela dizia que iria para a nossa casa de praia. Mas em cima da hora sempre mudava de idéia e não aparecia. Depois dava uma desculpa. Em março ela havia emagrecido muito. Minha mãe a levou para fazer diversos exames, deu tudo normal. A minha mãe desconfiava, mas eu achava impossível ela se envolver com drogas com 26 anos de idade. Meus pais fizeram uma viagem em abril (acho que no feriado de Tiradentes) e ela ficou 4 dias sozinha. O chefe dela disse que ela se transformou nesses dias. Faltou o trabalho, quando apareceu nem conseguiu trabalhar direito. Quando meus pais voltaram o chefe dela ligou para a minha mãe e contou que ela só poderia estar envolvida com drogas. Então fomos pesquisar sobre o assunto e tudo o que pesquisamos concidia com o que ela estava fazendo. Vou listar o comportamento dessas pessoas:
- Mudam as amizades. Os amigos são outros, estranhos, não tem mais aqueles amigos de antigamente
- Não sobra dinheiro, fazem dívidas. No caso dela, ela tinha salário, mas nunca sobrava nada.
- Cai o rendimento escolar. Essa foi interessante, porque todos os livros e sites que eu pesquisei falava de adolescentes, que ainda estudavam. No caso da Francine, caiu o rendimento no trabalho. o patrão dela reclamava, dizendo que ela não era mais a mesma profissional de antes.
- Mentiras. Sai de casa e diz que já volta. Demora a voltar. Meus pais ligavam e ela dizia que já estava voltando... sempre demorava... parecia que nunca ia chegar.
- Emagrecimento. A Francine emagreceu demais, era uma moça muito bonita e acabou ficando com a pele feia e sem vida, não tinha mais aquele aspecto saudável.
Mesmo assim, custamos a acreditar. Estava na nossa cara e nós não queríamos aceitar. Eu tinha vontade de perguntar, mas sabia que ela ia negar.
A gota d''agua foi um dia de semana a noite, que ela saiu com a minha mãe para visitar a irmã da Carol, que tinha ganho bebê. Na volta, ela disse que ia rapidinho na casa de um amigo, no prédio vizinho. Foi e logo voltou dizendo que ele não estava. Depois, perto das 22:00 hs, foi novamente. Não demorou nem meia hora. Meus pais foram dormir e não viram nada. No final do dia seguinte, o chefe dela ligou para a  minha mãe e perguntou o que a Francine havia feito no dia anterior. A minha mãe disse: nada demais. E ele falou, mas ela usou droga ontem, porque hoje ela não conseguiu trabalhar de tanto sono que estava, bocejou o dia todo, e ontem ela pegou R$50,00 de vale, que é o valor de 1g de cocaína.
Aí caiu a ficha... imaginem o quanto o vício havia tomado conta. Ela saiu para comprar droga para usar em casa, de noite, num dia de semana, com meus pais em casa, para não fazer nada, ficar drogado sozinho, sem ninguém. Depois que passou o efeito ela não consegiu dormir e no outro dia estava sem condições de trabalhar. No final de semana eu chamei  o meu irmão e pedi para ele conversar com a Francine e pressioná-la, porque para mim eu sabia que ela ia negar. Eles conversaram, ela abriu o jogo facilmente, veio para a minha casa, conversamos. Ela me pediu para eu não perguntar muita coisa sobre o assunto, e disse assim: é muito difícil para um viciado contar tudo o que já fez. Na semana seguinte ela teve consulta com um psiquiatra e logo foi internada. Ela já estava pedindo socorro, mas não tinha coragem de pedir ajuda abertamente. Ela disse que diversas vezes pegou o telefone para me ligar e na hora faltou coragem.
Bem... esse é o meu depoimento. Mas as características de um dependente de cocaína são essas que eu comentei acima. Então, se você desconfia do seu filho, irmão, amigo, namorado, ou qualquer outra pessoa que você ama, investigue, procure alguma prova, vá atrás. Não desista, ele precisa de você.

Um grande abraço
Isabela

3 comentários:

  1. Q coisa né Isabela, as vezes me pergunto como eu fui tão burra!!?!?!?

    esse dia q ela foi lá em na minha irmã eu vi q ela tava diferente, até perguntei se tinah acontecido alguma coisa,pq achei ela triste mas ela ficou quieta senti ela aguniada não conversou comigo tava louca p ir embora.... mass neeeeem passou pela minha cabeça q era esse o motivo!!!

    Carol Souza

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  2. Oi... conheci seu blog através do site antidrogas. Achei muito interessante sua iniciativa de dividir essas vivências com as pessoas.

    Um abraço!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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