terça-feira, 10 de agosto de 2010

OItavo dia fora da clínica

Dia 18/07 – Oitavo Dia fora da clínica

Escrito por Francine:

Trabalhei bastante. Mãe veio me buscar e fez almoço. Arrumamos a cozinha. Pai trouxe a Lilica. Fiquei chateada por ela estar fedida e suja e com medo da reação da mãe por ela estar assim. Não consegui banho e tosa para ela. Fui no chá de bebê da Ju, sozinha de carro, no Ratones. Me perdi na ida. No começo me senti bem, após uma hora, angústia enorme de voltar. Fui embora às 18:30 hs, cheguei as 19:00 hs. Ligaram para meus pais quando eu saí, e quando cheguei liguei para avisar meus patrões. Me senti perseguida por achar que estava fazendo algo errado. Fiquei muito angustiada e nervosa, mas não fiz nada de errado. Lá, quando elas estavam bebendo, me senti a pior pessoa, de não poder e não conseguir me divertir. Que reação eu teria? Fiquei agoniada para voltar logo. Queria voltar antes e uma pessoa ficava falando... “fica mais um pouco. Eu ligo para a tua mãe”. Isso me fez lembrar muitas coisas e eu não consegui dizer não, mesmo querendo ir.
Queria que a Lilica dormisse no meu quarto, mas a minha mãe quis deixá-la na área de serviço. Deitei e não consegui dormir, mesmo com a medicação e sabendo que ela poderia estar com frio. Chorei um pouco, um sentimento confuso. Fui dar boa noite para ela e minha mãe cedeu e disse para eu deixá-la no meu quarto. Eu quis ficar com ela por isso, para me dar carinho e atenção, e não para ficar presa. Dormi feliz.


Isso aconteceu num sábado. Eu fui para Curitiba com meu marido e minha filha, e nós temos uma cachorrinha, a Lilica, que foi presente da Clara de Natal, a Francine que escolheu, e adorava a cachorra como se fosse dela. E como meu pai tinha um compromisso em Itajaí, passou pela nossa casa para pegar a Lilica para ficar com a Francine no fim de semana, já que estávamos viajando. Eu não queria, achava que ia dar um trabalho, mas ela insistiu e conseguiu convencer meu pai.
O chá de bebê que ela foi era de alguém do trabalho. Como eles sabiam do seu problema, puderam ajudar a controlar, já que ela não podia sair sozinha. Mas deu para perceber que ela  se sentia “um peixe fora d’água”, nesse início do processo de recuperação. Ela não era acostumada a sair e não beber nada.
Realmente, ela dizia que sentia muita falta da bebida, e não da droga. Mas todo dependente químico começa na bebida e depois vai procurar a droga. E uma vez, quando o médico liberou a bebida, tudo começou a mudar. Eu liguei para a psicóloga dizendo que eles não poderiam liberar a bebida, pois o problema da Francine com a bebida era mais grave do que com a droga. Sabe o que ela me respondeu? Nós não sabíamos que ela tinha problema com bebida, nós estamos tratando o problema dela com a droga. Olha a incompetência!!!!!! Quando chegar mais próximo da data em que aconteceu, vou contar todas as barbaridades que o médico e a psicóloga fizeram. Eles erraram demais. Isso que a consulta era particular. Quer dizer, apenas uma consulta por mês com o médico era pela Unimed

Abraços
Isabela

8 comentários:

  1. Realmente um absurdo a incompetência de alguns profissionais!

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  2. ABSURDO! REVOLTANTE! Por mais que digam que não, ALCOOL também vicia, e é uma DROGA! VOCE DISSE TUDO, UMA DROGA ABRE PORTA PRA OUTRAS!

    Nossa, revoltante esses fdp´s!!!!!!!

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  3. nossa q absurdo isto, o alcool e a porta de entrada p tudo ainda mais qnd uma pessoa tem outras dependencias, dois copos de cerveja e pronto ja bate a vontade de querer outra coisa

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  4. Qdo eu lembro desses fatos, me da um revoltaa tão grande.

    A tia Leila me falou q o médico chorou qdo soube do ocorrido! foi isso mesmo!?!

    beijos
    Carol souza

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Se é pra tratar de uma pessoa dependente,esses "profissionais" deveriam saber antes de cursar algo se são competentes para lidar com VIDAS.Revolta sabe,as vezes penso que certos profissionais só querem mostrar o que são e não agem com o que de fato eles juram quando se formam. :@

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  7. Oi Isabela, comecei a ler o seu blog ha tres dias e me viciei. Hoje eu conclui... Nunca tive contato com viciados (apesar de ja ter experimentado e mais que isso na minha adolescencia), mas venho de uma familia de historia de muito alcoolismo (tios). Me entristeceu profundamente a sua dor e a da sua familia, principalmente quando li a carta que vc e que a sua mae escreveram pra Fran. Olha amo a minha familia acima de tudo, por isso entendo a sua dor e revolta perder uma irma tragicamente assim. Nao sei, mas depois de passar esses tres dias com vcs me sinto amiga (hehehe desculpa a intimidade) e sinto do fundo do coracao como uma pessoa divertida, inteligente, bonita e com o humor fino (adorei as descricoes que ela fazia, chegava ate a rir as vezes) pode ter deixado levar literalmente por um marginal como esse sugeito. Continue escrevendo e fazendo esse trabalho incrivel, desejo a vc e sua familia muita paz. Daniela Andrade

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  8. Deprimente a resposta da psicóloga, sou psicóloga tb e aconselho vc a fazer uma denúncia contra ela no CRP. Qualquer leigo sabe que o problema da dependência química é delicado demais, e no período de ressocialização é necessário que o paciente fique abstêmio de qualquer tipo de droga, principalmente da bebida.
    Desejo paz à Francine, que ela encontre seu caminho.
    Abraços!

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