segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dia 15 de agosto

Escrito por Francine:

Dia 15/08/09


Falei com uma antiga amiga que fez pós-graduação comigo, resolvemos sair a tarde para dar uma volta. Como fui trabalhar até meio dia e meia, cheguei a tarde em casa e queria sair, estava um dia lindo, queria passear, mas que amigas? Liguei para a Pri e ela tinha brigado com o gatinho dela um dia antes. Então ela passou para me buscar no final da tarde e fomos dar uma volta na Lagoa. Contou sobre a situação dela com ele e eu contei sobre a minha vida e ela disse que já estava desconfiada, desabafei, contei tudo. Fiquei meio assim: acho que minha mãe andou falando com ela e com outra amiga minha da pós, a Paola e contaram para minha mãe. Porque enquanto eu contava, ela parecia não se surpreender muito, parecia que já sabia. Ela disse que não contou nada para a minha mãe mas a Paola ela não sabe. Eu achei errado. Eu disse para ela...se vocês estavam vendo que eu estava precisando de ajuda poderiam ter vindo conversar comigo primeiro e ela disse que eu nunca atendia o telefone. Então que desse um jeito, mandasse uma mensagem, sei lá. Mas como amigas poderiam ter vindo conversar comigo primeiro para saber o que estava realmente acontecendo e dizer que já estavam sabendo de alguma coisa. Bem, passou. Resolvemos ir na Pacha. Estava morrendo de vontade, era festa eletrônica. Antes disso, quando voltamos da Lagoa a Pri me deixou no Golden café, meus pais estavam lá. Contei que tinha a Pacha e perguntei se poderia ir com a Pri, ela que iria de carro, tudo ok. Comprei os ingressos e jantei ali com eles e mais um casal de amigos deles, comprei um vestido pra sair. Em casa me arrumei bem empolgada, me achei bem linda, a Pri passou lá e fomos, era quase uma hora da manhã. Tomei energético. Quando chegamos a festa estava bombando, muita gente, lotado, dançamos bastante, demos muita risada. Disse para ela não se preocupar comigo, não ficar perguntando coisas, que se eu não estivesse legal eu falaria e que eu não iria fazer nada de errado e se eu visse qualquer situação falaria para ela me ajudar. Não precisei falar nada, me senti super bem. Mais de 70% das pessoas tinham tomado ecstasy, só pela fisionomia eu já sei. Outras cheiradas e outras bêbadas. Acho que eu e a Pri éramos as únicas sóbrias. Fui muito cantada mas não me sentia a vontade para conversar com nenhum cara e também não fui com a cara de nenhum.Uns até fui um pouco grossa. Dancei bastante, demos risada. A minha amiga estava um pouco chateada porque tinha brigado com o gatinho dela e disse que sé estava lá por mim. Eram quase 3 horas da manhã, encontro com o Adriano, comecei a tremer e não parei mais. Fiquei nervosa. Ele assim: ia te chamar amanhã para sair comigo. E eu fiquei bem quietinha quanto ao celular porque já estava ativado e não liguei para ele. Então dançamos, ele me pareceu outra pessoa daquela que conheci a primeira vez, estava mais solto, feliz e quando fui comprar o energético fui sozinha, ele foi atrás e ficamos, foi muito bom, mas eu estava tremendo da cabeça aos pés, não conseguia nem beijar direito. Ele me tratou super bem, me abraçou com vontade e carinho, dava para sentir. Eu me senti apaixonada. Deu 4 horas, resolvi ir embora porque estava muito muito cansada. Tudo bem, quando entrei no carro estava exausta. Agradeci pela noite, fiquei muito feliz, fui embora feliz e não consegui dormir direito. Fiquei pensando nele o tempo inteiro.

8 comentários:

  1. Que lindo, a Fran se apaixonando...♥♥♥
    Pena ela não ter vivido todos os dias dessa forma.
    Acredito nela.

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  2. Oiee!!!

    sobre o que ela falou q se fosse mesmo amiga teria conversado com ela primeiro e tals. Mas uma coisa era verdade a Fran mentia p/ gente, sumia, não atendia o cel. Eu não tinha idéia do q estava acontecendo com ela, só mesmo as as más companhias sabiam, e claro estavam no mesmo buraco q ela, não tinham como ajudar.

    Qdo eu soube, estavamos indo ao teatro, mesmo assim não tinha idéia da gravidade, ela só me contou pq eu estranhei com quem ela tava e chegou bebendo, ae ela me contou e ainda dfalou assim: "Não te preocupa se eu precisar de ajuda tu vai ser a primeira saber, não te preocupa", mas eu fiquei muito braba com ela, pq a gente se via pouco, dae ela vai lá e vem cheirada para o teatro, nem era balada, ae q caiu a minha ficha, quem cheira p/ ir no teatro?!?! foi qdo resolvi entrar em contato com a família, mas isso foi uns dois meses antes de ser internada. eu tentei falar com o primo dela p/ pegar o telefone da Isabela, pq eu estava com medo de fazer uma tempestade no copo d´água,mas o primo dela não me respondeu....logo descobriram tudo.

    olha q burra, devia ter ligado p/ mãe dela sem pensar duas vezes,mas quem tah por fora não sabe mesmo a gravidade do problemas

    carol souza

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  3. querida da Fran... parece que ate o meu coração palpitava qdo falou estar apaixonada...

    querida...

    Francieli

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  4. oi Isabela, a FRan chegou a namorar com ele? ele foi ao enterro dela? ele sabia que ela estava em fase de recuperação? um grande bjo

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  5. Encontrei por acaso esse blog, gostaria de parabenizar pela iniciativa de expor a vida da tua irmã desta forma.
    Fiquei impressionada com os pensamentos, ações e palavras da Fran, me emocionei, ri com as situações que ela descrevia com tanta riqueza de detalhes, enfim adorei poder ler esse blog.

    Um forte abraço
    Sabrina Rocha - Cerquilho (interior de SP)
    srocham@gmail.com

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  6. Oi Isabela!
    Eu e a Pri estávamos desconfiadas, mas sem certeza de nada. Como a Carol falou, ela não queria conversar muito e na maioria das vezes que eu ligava, ela não atendia. Além disso, eu não queria acreditar... uma vez até soube que alguém falou que ela subiu o morro pra comprar dogras, etc e tal... perguntei pra ela e ela negou tudo, é claro.
    Acabou que, depois de muitos telefonemas não atendidos, nos distanciamos. Nunca soube da gravidade do caso, também não soube que ela foi internada, nem que tinha saído... Nessa época fui no pet algumas vezes, mas diziam que ela estava em pós. Também soube somente após alguns dias quando ela faleceu.
    Enfim, acho que ela não me procurou por achar que eu tinha falando com tua mãe e estava chateada.
    Mas na realidade, não conversei com tua mãe (aliás, nem conheço ela) e como me arrependo disso!
    Força
    Bjos,
    Paola

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  7. Oi Paola,

    Eu entendo o lado de vocês. Mostraram-se solícitas, mas ela não quis ajuda. Também sei que não falasse com a minha mãe. Mas ela andava desconfiada de todo mundo. E a gente na maioria das vezes não sabe se o caso é grave ou não. Como procurar a família e "trair a amiga"? Ficamos nessa dúvida. Mas talvez tenhamos que mudar nossa ideia quanto a drogas. Quando desconfiarmos de um amigo, procurar conversar com ele, e talvez procurar a família, para tentar ajudar. Se nós tivéssemos descoberto antes, quando ela ainda não estava tão dependente, talvez teria sido mais fácil o tratamento. Mas não sei... pode ser que não tivesse adiantado também.
    Não existe uma fórmula, uma regra a ser seguida
    Beijos e obrigada pelo comentário
    Isabela

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  8. neste relato, parece q o Adriano era o "tal cara dono do restaurante", pq ela diz em um post anterior q encontrou uma pessoa das antigas e tremeu mto, prometeu ligar qnd reativasse o cel, mas achou melhor nao ligar...
    Neste ela diz q encontrou com ele e as pernas bambearam, mas sentiu vergonha por nao ter ligado, pq o cel ja estava reativado...
    pra mim é o mesmo cara...
    apenas mais um pobre coitado viciado

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